A madeira é um dos materiais mais antigos e versáteis já utilizados pela humanidade. Suas características naturais, abundância e facilidade de trabalho a tornaram essencial para inúmeras aplicações ao longo da história. No entanto, a madeira, sendo um material orgânico, é vulnerável à decomposição por fungos, ataque de insetos e ação da umidade. É aí que entra o tratamento de madeira, uma prática que evoluiu ao longo dos séculos e desempenha um papel fundamental na preservação deste valioso recurso.
A História do Tratamento de Madeira
A história do tratamento de madeira remonta aos primórdios da civilização, quando as pessoas descobriram a necessidade de proteger a madeira de elementos de decomposição. Técnicas rudimentares, como a na passagem bíblica onde Noé, teria preservado a madeira de sua arca com piche (RICHARDSON, 1993). No entanto, o verdadeiro avanço ocorreu durante a Revolução Industrial, quando a demanda por madeira tratada aumentou significativamente devido à construção de ferrovias, pontes e edifícios de grande escala. Foi nessa época que surgiram métodos mais eficazes de tratamento, como o tratamento em autoclave em meados de 1880 pelo microbiologista francês e inventor Charles Chamberland.
Segundo MORAES e BACHA, 1996, podemos apontar que a produção de madeira tratada no Brasil tradicionalmente focava em utilidades como mourões, postes e dormentes. No entanto, observa-se um aumento significativo na utilização de madeira tratada na construção civil, indicando uma mudança no perfil de uso desse recurso.
A Importância do Tratamento de Madeira
A madeira de pinus é conhecida por sua baixa resistência mecânica e durabilidade natural limitada. No entanto, sua alta permeabilidade a produtos preservativos permite uma vida útil prolongada quando tratada adequadamente, dependendo do tipo de produto e processo de tratamento.
De acordo com a avaliação de estacas de pinus por Barillari (2002) como pinus das espécies Pinus elliottii Engl. var. elliottii, Pinus caribaea Mor. var. hondurensis, Pinus oocarpa Shied e Pinus kesiya Royle ex Gordon tratados com CCA tipos A, B, e C, e CCB após 21 anos de exposição ao solo em Mogi-Guaçu - SP foi apontado que:
a) A vida média estimada para a madeira com pior desempenho é de aproximadamente 30 anos.
b) A durabilidade natural da madeira de pinus sem tratamento preservativo, em contato direto com o solo, é inferior a dois anos.
c) O nível de retenção de produtos preservativos afeta a durabilidade das estacas, com melhor desempenho associado a retenções mais elevadas
Assim podemos apontar que em resumo que o tratamento de madeira desempenha um papel crucial por várias razões, sendo estas:
1. Proteção contra Deterioração: A madeira é naturalmente suscetível à decomposição por fungos, insetos e umidade. O tratamento protege a madeira, prolongando sua vida útil.
2. Resistência a Insetos: Impedir a infestação de insetos, como cupins e brocas, que podem causar danos significativos à madeira.
3. Resistência à Umidade: A impregnação de produtos químicos preservativos torna a madeira resistente à umidade, tornando-a adequada para ambientes úmidos.
4. Durabilidade: A madeira tratada é mais durável, tornando-a uma escolha econômica para uma variedade de aplicações.
5. Sustentabilidade: O tratamento de madeira permite estender a vida útil das árvores colhidas, contribuindo para a sustentabilidade florestal.
O tratamento de madeira é uma prática que evoluiu ao longo do tempo para garantir que continuemos a utilizar esse material valioso de maneira eficiente e responsável. É crucial para proteger a madeira contra agentes de decomposição, prolongar sua vida útil e promover a sustentabilidade. Sem o tratamento adequado, a madeira seria muito mais vulnerável a danos e teríamos que lidar com questões ambientais mais graves devido ao desmatamento excessivo. Portanto, o tratamento de madeira desempenha um papel vital na preservação deste recurso valioso para as gerações futuras.
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